21 de janeiro de 2012

Boom das Construções

 Sejam todos Bem-vindos!!
Geralmente no início da manhã ou ao final da tarde eu e Rita de Cássia temos o costume de sair para darmos uma volta pelas redondezas, com o nosso companheiro inseparável, o TOBBY.

É a nossa hora para arejar as cabeças, "jogar conversa fora"  e tomar conhecimento das modificações que estão acontecendo pelo nosso bairro com o passar do tempo.

Estamos quase comemorando um ano de residência aqui nessa acolhedora cidade mineira e nos impressiona o elevado número de construções que a cada dia aparecerem ora aqui, ora ali...


A casa própria mora nos sonhos de qualquer inquilino e poucos tem dúvida disso tão logo chega o final do mês.  Pesa no bolso!!!


Nem a crise europeia, os preços altos ou outras ameaças estão impedindo milhares de famílias de pesquisar e planejar para comprar o terreno e dar início a construção de sua CASA PRÓPRIA, um passo tão importante, considerando que todo o patrimônio delas estará alocado na finalização daquela construção. 
Alguns preferem mesmo, adquirí-la depois de pronta, como foi o nosso caso...

Transformar uma casa em um lar somente pode acontecer se nos tornarmos proprietário dela, e, assim, podermos fazer as mudanças que quisermos em seu interior e exterior, isso cria um elo emocional com o imóvel e faz um bem enorme. 


Esta expectativa de abrir a porta da casa nova, suspirar e dizer enfim "LAR DOCE LAR" é um sonho que vem se tornando realidade na vida de muitos brasileiros.

Acabei descobrindo que se não tivesse optado pela SOCIOLOGIA e se tivesse facilidade para lidar com os números eu certamente teria feito ARQUITETURA, para desenvolver projetos personalizados, fazendo com que cada obra se tornasse um produto exclusivo e original ao descobrir as necessidades e superar as expectativas de cada cliente que objetivava adquirir sua casa. 

Apaixona-me acompanhar todo o reboliço e efervescência da edificação de uma casa...
Calcula-se, projeta-se, instala-se no lote o Canteiro de Obras, betoneiras são alocadas, os andaimes são armados e a partir dai são descarregados no local os mais diferentes materiaisde construção para o inicio da obra.

Chegam os tijolos, pedras, argamassa, areia, argila, brita, cimento, gesso, ferro, arames, aço, tubos, canos, fios, peças de mármore, telhas, pias, cerâmicas, vidros, madeirames, portas, janelas, estruturas metálicas, massa corrida, verniz, tintas e...

De repente vão surgindo os muros, as paredes, mais tarde a base de madeira para receber as telhas, o concreto para a laje e quando se assusta a gente vê brotar do solo uma casa, um sonho transformado em realidade...

Nosso bairro é novo, seu local é privilegiado dai a escolha de muitos para a construção de suas casas próprias nessa região.

Como gosto de fotografar, venho acompanhando já faz um bom tempo, este boom das construções... Fotografias que me inspiraram para a redação desta postagem... 


Fico imensamente feliz ao constatar o término de mais de 20 casas edificadas neste curto período de tempo.
Que venham muitas famílias para cá... Sejam todos bem-vindos!!! 


Aqui do alto temos uma belíssima visão da cidade que cresce a olhos vistos, podemos preservar o verde, descobrir ricos projetos paisagísticos e desfrutar de bastante sossego!!!
Regina Coeli 

11 de janeiro de 2012

Marina Colasanti - Cidadã do mundo


Relendo alguns artigos mais antigos reencontrei escritos da MARINA COLASANTI...
Lembro bem de alguns livros dela que li: A Nova Mulher, Mulher Daqui Pra Frente, Aqui Entre Nós, Eu Sei Mas Não Devia, Rota de Colisão, acredito que eram escritas para o Jornal do Brasil e Revista Nova. Admiro essa Poetisa/Escritora!!


Marina Colasanti nasceu em Asmara, Etiópia, morou 11 anos na Itália e no ano de meu nascimento mudou-se para o Brasil. Publicou vários livros de contos, crônicas, poemas e histórias infantis. Recebeu o Prêmio Jabuti com: Eu sei mas não devia e também por Rota de Colisão. Sua obra é muito rica e constantemente é convidada para cursos e palestras em todo o Brasil. É casada com o escritor e poeta Affonso Romano de Sant'Anna.
De repente me peguei saudosista e compartilho com vocês esse texto extraído do livro "Eu sei, mas não devia", Editora Rocco - Rio de Janeiro, 1996, pág. 09.

Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia...


A gente se acostuma a morar em apartamentos de fundos e a não ter outra vista que não as janelas ao redor. E, porque não tem vista, logo se acostuma a não olhar para fora.  

E, porque não olha para fora, logo se acostuma a não abrir de todo as cortinas. E, porque não abre as cortinas, logo se acostuma a acender mais cedo a luz. E, à medida que se acostuma, esquece o sol, esquece o ar, esquece a amplidão.


A gente se acostuma a acordar de manhã sobressaltado porque está na hora. A tomar o café correndo porque está atrasado. A ler o jornal no ônibus porque não pode perder o tempo da viagem. A comer sanduíche porque não dá para almoçar. A sair do trabalho porque já é noite. A cochilar no ônibus porque está cansado. A deitar cedo e dormir pesado sem ter vivido o dia.


A gente se acostuma a abrir o jornal e a ler sobre a guerra. E, aceitando a guerra, aceita os mortos e que haja números para os mortos. E, aceitando os números, aceita não acreditar nas negociações de paz. E, não acreditando nas negociações de paz, aceita ler todo dia da guerra, dos números, da longa duração.
A gente se acostuma a esperar o dia inteiro e ouvir no telefone: hoje não posso ir. A sorrir para as pessoas sem receber um sorriso de volta. A ser ignorado quando precisava tanto ser visto. 


A gente se acostuma a pagar por tudo o que deseja e o de que necessita. E a lutar para ganhar o dinheiro com que pagar. E a ganhar menos do que precisa. E a fazer fila para pagar. E a pagar mais do que as coisas valem. E a saber que cada vez pagar mais. E a procurar mais trabalho, para ganhar mais dinheiro, para ter com que pagar nas filas em que se cobra.


A gente se acostuma a andar na rua e ver cartazes. A abrir as revistas e ver anúncios. A ligar a televisão e assistir a comerciais. A ir ao cinema e engolir publicidade. A ser instigado, conduzido, desnorteado, lançado na infindável catarata dos produtos.
A gente se acostuma à poluição. Às salas fechadas de ar condicionado e cheiro de cigarro. À luz artificial de ligeiro tremor. Ao choque que os olhos levam na luz natural. 


Às bactérias da água potável. À contaminação da água do mar. À lenta morte dos rios. Se acostuma a não ouvir passarinho, a não ter galo de madrugada, a temer a hidrofobia dos cães, a não colher fruta no pé, a não ter sequer uma planta.
A gente se acostuma a coisas demais, para não sofrer. Em doses pequenas, tentando não perceber, vai afastando uma dor aqui, um ressentimento ali, uma revolta acolá. Se o cinema está cheio, a gente senta na primeira fila e torce um pouco o pescoço. 


Se a praia está contaminada, a gente molha só os pés e sua no resto do corpo. Se o trabalho está duro, a gente se consola pensando no fim de semana. E se no fim de semana não há muito o que fazer a gente vai dormir cedo e ainda fica satisfeito porque tem sempre sono atrasado.


A gente se acostuma para não se ralar na aspereza, para preservar a pele. Se acostuma para evitar feridas, sangramentos, para esquivar-se de faca e baioneta, para poupar o peito. A gente se acostuma para poupar a vida. Que aos poucos se gasta, e que, gasta de tanto acostumar, se perde de si mesma.
MARINA COLASANTI 

Fica comigo a impressão de que o tempo não passou, essas abordagens da MARINA COLASANTI são tão atuais...
Regina Coeli

7 de janeiro de 2012

Roseiras Floridas


AMIGAS DE TODA HORA

Levantar cedinho e acompanhar de perto o desabrochar das minhas roseiras plantadas em vasos é algo que me deixa boquiaberta, enternecida, algo do qual não abro mão...


É maravilhoso ter olhos para apreciar, sensibilidade e olfato para desfrutar de tamanha riqueza!!!
O JARDIM VIÇOSO já recebeu por  três vezes a visita de centenas de Formigas Cortadeiras, que vieram de longe para atacar as folhas mais tenras e outras partes de algumas das minhas plantas, garantindo dessa forma a sobrevivência das integrantes do formigueiro.


Fizeram festa!!! Mas, graças a Deus, não descobriram  meus Vasos de Rosas...
Como bem dizem aqueles que sabem lidar com as diversas espécies de plantas e flores: nada como a rega abundante das chuvas, adubagem adequada, zelo e dedicação para que a NATUREZA responda com generosidade a esses presentes.


Nesse tempo de VERÃO, a alegria faz morada em meu coração ao presenciar tal espetáculo, dá para sentir de perto a presença do CRIADOR em nossas vidas!!!  
O que mais me atrai na natureza: 


- é a sua liberdade de criar, de ser, de estar sendo apesar de tudo;
- é a certeza dessa permanência providencial que conspira por ela, a meu favor, em favor do próximo, daquele que está distante;


- é esse acolhimento constante, muito além do que eu posso perceber;
- é a perpétua ação de continuar se refazendo a cada momento com toda beleza e esplendor;
- é o alimento contínuo, mesmo sendo devorado indiscriminadamente a cada dia. 


Tal coloração, diversidade e beleza jamais serão reproduzidas por nenhum ser humano...
Aqui na CASINHA VIÇOSA, minha querida Amiga Natureza, você sempre será destacada, respeitada e reverenciada!!! 
Regina Coeli