6 de novembro de 2012

Apaixonada pelas Minas Gerais


SÓ UM CADINHO MIÓ
Pe.  ELCIO José de Toledo, SJ

Já rodei muito na vida,
Quase o Brasil inteiro
Estradas do norte e do sul
Sem ter nenhum paradeiro.
Mas vou contar uma coisa
E nisso sou bem verdadeiro
Se o mineiro sai de Minas
Minas nunca sai do mineiro. 
 
 
E não pode sair mesmo
Digo de um jeito maneiro
Depois de conhecer o Brasil
Eu posso dizer bem faceiro
Que quem conhece Minas,
Conhece o Brasil inteiro
E orgulhar-se de ser de Minas
É orgulhar-se de ser brasileiro.


Veja o Norte de Minas
Igual a cearense Icó
Tanta seca e pobreza
Que faz qualquer um sentir dó
Aquele calor e secura
Lembra o sertão Seridó
Ali é praticamente o Nordeste.
Só que “um cadinho mió”



Sim, Minas também tem nordeste
Jequitinhonha, dizia minha avó.
Gente aguerrida e guerreira
Que sempre aguenta o jiló
Mas que sabe descansar sossegado
Pescar, esperar o anzol.
Parece o povo baiano
Só que um “cadinho mió


Mas é no vale do Mucuri  Que a terra parece de um faraó
 Lá tem gente honrada e honesta
 Que não vai para o xilindró
 Lá o pessoal aproveita de tudo
 Dá valor até ao mocotó
 Parece muito a Paraíba
 Só que é um “cadinho mió”
 

E o povo do nosso Rio Doce
Povo moreno queimado do sol
Mas que trabalha na terra
Quieto poupando o gogó
Naquelas terras bonitas
Canta alegre o curió
É um pedaço do Espírito Santo
Só que um “cadinho mió”.
 
E na zona da Mata
Antes, lá era o cafundó.
Hoje tem gente que pensa
Que lá só é festa: samba, baião, carimbó
Mas lá se trabalha bastante
Não pense que é só futebol
Lá é igual o Rio de Janeiro
Só que um “cadinho mió”.



E o nosso sul de Minas
Perseverante como o profeta Jó
Gente que não teme o trabalho
Num labor de sol a sol
Terra de gente importante
Vestida de gravata e paletó
Parece o povo paulista
Só que um “cadinho mió”. 


E o povo cafeeiro
Com os pés sujos de pó
Não têm medo de nada
Neles ninguém dá o nó
Café com leite no Brasil
É o nosso grande xodó
Parece o sul de Brasil
Só que um “cadinho mió”



O povo do Triangulo
Que usando um braço só
Derruba um boi pelo chifre
Faz dele um simples totó
É um povo esperto e matreiro
Que não perde tempo fazendo filó
Igual o povo do Mato Grosso
Só que um “cadinho mió”.
 

E nas nossas Cidades Históricas
Tudo no estilo rococó
É lugar de gente ilustre
Tiradentes, Juscelino, Zé Arigó
Terra de revolução e de luta
Inconfidência, revolta, quiproquó
Poderia ser a capital do país
Só que um “cadinho mió”

 
  

E no Alto Paranaíba
Café, batatas, pães de queijo
De frutas gostosas, o abricó
Lugar de aves campeiras
: a ema, o pavão, o carijó
Lugar de festas famosas
Rezas, danças, forró
Parece muito Goiás
É só um “cadinho mió”.


Se em Minas está o Brasil
Em Belo Horizonte o Brasil é um só
Mineiro de todos os lados
Juntos, amarrados com grande nó
Aos pés da serra do curral
Pertinho da serra do cipó
Não deve nada pra nenhuma capital
Só que a nossa é MUITO E MUITO MIÓ.




O amor que tenho pela minha Pátria é imensurável, mas se existe algo de que muito me orgulho é de ser MINEIRA, uai, nascida na capital - BELO HORIZONTE e cá para nós bem no pé do ouvido,  vou revelar o grande segredo: AQUI TUDO É MIÓ, MUITO MIÓ!!!!!!
Regina Coeli

2 de novembro de 2012

Um Troféu para as Bonequeiras

Olhos nos olhos e muito sorrisos


Ao abrir minha página do FACEBOOK deparei com esse Troféu  e os seguintes dizeres:"Se eu pudesse presenteá-las com uma espécie de troféu pelo tamanho do amor que vocês são capazes de doar, escolheria esse! Parabéns BONEQUEIRAS por mais um Projeto concluído, vencido e amado!" Wanessa Alves.

Fiquei emocionada com a simbolismo do gesto dessa BONEQUEIRA SEM FRONTEIRA, que me fez refletir sobre a beleza dessa Arte de Aço Retorcido e sobre o significado que dou a esse instrumento de trabalho - a TESOURA.

Com minhas tesouras recorto os mais variados tipos de tecidos, modelando uma infinidade de projetos, cujas peças são unidas com linhas e agulhas, recheadas com fibra siliconada, adornadas com fitas e acessórios, para finalmente se transformarem em pequeninas CRIATURAS DE PANO portadoras de amor e carinho para quem as recebe, sejam adultos ou crianças.
 
  
"A boneca tem uma importância e intimidade no brincar infantil que não ocorre com os outros brinquedos. Independentemente da idade ou do gênero, a boneca é para a criança um companheiro, um amigo muito próximo de seu coração. Acompanha a criança em todos os seus caminhos, na cama, no brincar, no consolo de suas tristezas e nas suas alegrias."
Do livro MINHA QUERIDA BONECA - Karin Evelyn Scheven
 
 

Não tem muito tempo abracei a causa das  BONEQUEIRAS SEM FRONTEIRAS, com entusiasmo e dedicação e hoje não poderia deixar de partilhar com vocês toda alegria que invade meu coração.


Nesse último final de semana foi cumprida mais uma Missão, fruto do desafio proposto há 4 meses pelo GRUPO BONEQUEIRAS SEM FRONTEIRAS com a entrega de centenas Bonecas, Bichinhos, Naninhas, Amigos Imaginários, Monstrinhos as crianças dos Quilombos: PORTO VELHO, IVAPORUNDUVA e ANDRÉ LOPES do Vale do Ribeira, uma das regiões mais pobres do Estado de São Paulo. 

A História e as Ações realizadas pelo Grupo você poderá conhecer melhor e acompanhar pelo nosso BLOG, tão carinhosamente editado.
Uma entrega que finalizou o grandioso trabalho envolvendo centenas de pessoas das mais diferentes faixas etárias, dos mais diferentes lugares quer seja:


- na idealização e confecção das peças com troca permanente de experiências;
- no rico processo de aprendizagem e partilha entre os integrantes do Grupo;
- no encaminhamento das peças prontas via Correio ou Caronas Solidárias;


- na recepção, no acomodamento e guarda das Bonecas e afins por um bom período de tempo em espaços residenciais cedidos por BONEQUEIRAS; 



- na manutenção de todas as ações via internet, sempre visando a sinergia do Grupo;
- na organização e distribuição desses PRESENTES DE AMOR, para as crianças e idosas.
950 km de estrada a maioria sem asfalto, com chuva forte, ventania, árvores derrubadas pelo caminho... Amor rompendo fronteiras!



Mas o que se descobre, as lições que se aprende, a solidariedade encontrada, as respostas felizes das crianças, de seus familiares, eternizadas através das fotografias, não dá para ser descrito com palavras, dá somente para sentir e deixar  as emoções invadirem o coração na certeza de que tudo valeu a pena!!!

Agora é só respirar fundo e voltar a atenção para as novas Diretrizes, Ações e Planos que serão desenvolvidos pelas BONEQUEIRAS SEM FRONTEIRAS ainda nesse final de ano e em 2013.


A próxima Ação deverá acontecer em 27, 28 de dezembro com uma entrega  das Bonecas, Bichinhos, Amigos Imaginários, Naninhas para as crianças cujos pais trabalham e moram nos manguezais do Recife-PE, em situação de extrema pobreza.  



As crianças que habitam os manguezais são em sua maioria brancas ou sararas, mas há negras e pardas também, o que nos direciona a fazer pesquisas e estudos sobre a realidade de vida dessas famílias, para então confeccionarmos nossas Bonecas e Bichinhos para elas. 


Atenta aos objetivos e missão do Grupo, nossa Coordenadora a Pedagoga doutoranda ANDRÉA CORDEIRO, como uma autêntica Educadora, bastante sensibilizada fez seus agradecimentos e reafirmou sua paixão pelo trabalho desenvolvido por todos, inclusive pelos BONEQUEIROS, (sim, temos no Grupo: Homens: Poetas, Maridos Apaixonados, Motoristas Caroneiros, Fotógrafos, Cinegrafistas, Designer, Contadores de História, que se tornaram BONEQUEIROS) sem esquecer de relembrar, que só para não perdermos o foco e a humildade, em dias que a gente fica “assanhadinha” demais por ter conseguido fazer algo bacana é bom refletir que: 


“Ego demais matará seu talento!”.
Então, como uma ESCUDEIRA FIEL desse abençoado Projeto recolho em meu coração, com imenso carinho, o significativo TROFÉU, que juntamente com os outros 573 BONEQUEIROS eu recebi da WANESSA ALVES e cá no recôndito das distantes terras mineiras, ao som da amada Sandra de Sá: OLHOS COLORIDOS.


já vou pensando nas Bonequinhas de roupas coloridas, com suas lindas sombrinhas e cabelinhos sarará que vou confeccionar para as crianças dos manguezais de Recife-PE, terra hospitaleira, também de rico folclore e do frevo caliente.

Regina Coeli