7 de agosto de 2010

Uma Prova de Resistência

Tradição de Pai para Filho


Entra ano sai ano e ainda de madrugada, aquelas KOMBIS velhas, bastante danificadas de tanto fazer transporte, carroças de madeira, camionetes antigas, vão chegando e entre conversas e ajudas mútuas os FEIRANTES vão montando suas barracas, imersos em uma sensação de que o tempo parou e de que tudo permanece como a séculos passados, quer chova, quer faça sol... 


O progresso e a modernização trouxeram em seu bojo a inauguração de muitos  SACOLÕES, os HIPERMERCADOS que se esmeraram na apresentação dos estandes das hortaliças, legumes e frutas, mas a montagem das barracas sem conforto nas FEIRAS LIVRES sobrevive em muitos lugares, numa prova de RESISTÊNCIA de homens e mulheres trabalhadores, que continuam a vender seus produtos e ganhar seu sustento, nas FEIRAS LIVRES.
 


Mas o que leva uma pessoa a fazer compra em uma FEIRA LIVRE até hoje???
- Melhores preços?
- A oportunidade de pechinchar?
- A diversidade dos produtos oferecidos?


- Saber a origem dos produtos a venda?
- A possibilidade de encontrar Amigos da vizinhança?
- Conversar informalmente com os donos das bancas?

- Usufruir de um ambiente ao ar livre?
- Participar daquele movimento e do borburinho dos Feirantes e dos compradores?


Hoje a ida a FEIRA LIVRE da Rua São João, no centro de minha cidade, que acontece há mais de 50 anos, todo sábado pela manhã, é para mim um momento prazeroso e esperado, pois a certeza de encontrar tantas pessoas conhecidas e muitos Amigos me mantém fiel a esse hábito que cultivo com alegria.


Essa FEIRA LIVRE se instala na porta de entrada do tradicional INSTITUTO IMACULADA CONCEIÇÃO, dirigido por Freiras Fransciscanas, colégio onde eu e meus dois filhos estudamos. 
Nesse espaço eu sinto o cheiro gostoso dos temperos frescos e secos, das verduras, dos legumes, das frutas, dos queijos, dos defumados, das roscas caseiras, dos biscoitos, dos doces feitos com frutas, das carnes e linguiças assadas e dos sucos naturais.

Os aromas e as cores se misturam de uma forma inusitada, num misto de beleza que atrai e aproxima as pessoas.


A luz do sol ao penetrar pelos toldos das barracas permite uma visão mágica do que está exposto nas bancas. Um espetáculo que gosto muito de ver!!!

Cada feirante sempre acaba descobrindo um jeito diferente para apresentar e exaltar seu produto como sendo o melhor e o mais barato, numa competição pacífica, muitas vezes até engraçada.


Uns usam jargões, outros cantarolam e alguns até oferecem degustação, para atrair a clientela...
Nessa FEIRA LIVRE muitos Pais passaram suas BARRACAS para a administração dos filhos e dos netos. Na FEIRA LIVRE ainda não se vê sistemas de automação, os registros de vendas são feitos em caderninhos dos próprios Feirantes, o montante total das compras é calculado rapidamente de cabeça e a maioria das balanças é de modelo antigo.


A julgar pela tradição das feiras e pelo convívio social que elas proporcionam o fim desse comércio ao ar livre ainda está longe de acontecer...
Acredito que os FEIRANTES são uma prova viva de RESISTÊNCIA por não perderem a oportunidade de uma convivência amistosa e descontraída com as pessoas...
Em outra postagem prestarei uma homenagem aos meus AMIGOS FEIRANTES.
Eu gosto muito de fazer minhas compras na FEIRA LIVRE e você???


Regina Coeli

3 comentários:

  1. Dindinha,
    Adoro ir a feira exercitar meus cinco sentidos.A visão com as lindas flores do Walter,a audição com a cacofonia dos vendedores exaltando seus produtos,o olfato com o cheirinho gostoso das carnes sendo preparadas. o paladar degustando deliciosas guloseimas e o tato alisando tecidos macios e sedosos.E além de tudo faço isso bem cedinho que para mim é a melhor parte do dia.
    Adorei o post. Beijão
    Ritoca

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  2. Regina
    Sabe que aqui em São Paulo, os supermercardos concorrem em muito com as feiras livres. Tenho muitas amigas que preferem isso ao invés das feiras, talvez também por causa dos horários mais flexíveis.
    Agora, aqui em casa as compras são na feira mesmo. Às sextas-feiras tenho uma a 2 quadras de casa. A minha ajudante não deixa de ir de jeito nenhum e como já conhece todos os feirantes, se ela compra uma fruta que não está boa, na semana seguinte ela troca. Nós gostamos mais. Compramos tudo fresquinho, e o ambiente da feira livre é muito mais gostoso.
    um beijo

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  3. Regina, muito bonita essa dupla homenagem que vc presta aqui. Parabéns aos filhos que herdam o ofício com o mesmo amor...

    As feiras livres acontecem aqui tb, a de quarta, quinta e a de domingo são próximas da minha casa, e eu freqüentava a feira há muitos anos atrás, quando ia com minha mãe e tinha as crianças pequenas.
    Esse foi um bom hábito que fui deixando para a eventualidade, e me peguei aqui pensando ao que me levava à feira, e ter deixado de ir...

    As verduras e frutas fresquinhas eram o atrativo maior, mas a parada obrigatória depois do carrinho cheio, era na banca do pastel. Tem coisa mais gostosa que pastel de feira, gente?? deu saudade...
    E tb lembro dos biscoitos à granel, onde escolhia os preferidos das crianças (e da mãe deles tb...rsrs)

    Regina, sua danada, mexeu com minhas memórias...acho que vou voltar à feira e resgatar os sons, os cheiros, as cores, os sabores...e a saudade.

    Beijos, minha amiga.
    Uma semana maravilhosa pra vc!!!

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